Este poderia ser um diário escrito por qualquer garota de 13 anos, nos
tempos atuais, com todas as inquietudes e preocupações de uma jovem, se
ela não estivesse vivendo justamente em um dos contextos mais difíceis
da história da Humanidade, a Segunda Guerra Mundial.
Ela tinha apenas 13 anos e, de repente, viu sua existência sofrer uma
transformação radical. Subitamente Anne estava vivendo com sua família e
outros judeus, companheiros da mesma sina, ocultos em Amsterdam, na
Holanda, na época em que este país foi invadido pelos nazistas alemães.
Anne tem a ideia de escrever um diário que pudesse realmente ser
publicado após ouvir uma transmissão radiofônica que incentivava as
pessoas a documentar os eventos ligados à guerra, pois este material
teria, futuramente, um alto significado. Ela inscreve em seus escritos
tudo o que se passa no cotidiano dos fugitivos, inclusive sua notória
predileção pelo pai, que considerava amoroso e nobre, ao contrário da
mãe, com quem a menina estava sempre em confronto.
Depois de tempos difíceis, oficiais da Gestapo descobrem o
esconderijo, em 4 de agosto de 1944, prendem os refugiados e os conduzem
para diversos campos de concentração. Neste mesmo dia o pai, Otto
Heinrich Frank, recebe o diário da filha e, como é o único remanescente
do período transcorrido como prisioneiro, luta pela publicação de seus
textos, realizando finalmente o sonho de Anne. Com o auxílio da
escritora Mirjam Pressler, ele alcança o seu objetivo e lança o diário
em 1947.
Na primeira versão muitos trechos foram censurados pelo próprio pai,
que tinha consciência do quanto seria controvertido, nesta época,
divulgar os conflitos entre mãe e filha, bem como revelar aspectos da
sexualidade emergente de Anne. Em edição posterior o diário foi
publicado integralmente.
Anne morreu em pleno campo de concentração, em Bergen-Belsen, em fins
de fevereiro de 1945.
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