segunda-feira, outubro 19, 2015

After - Anna Todd



After tem tudo o que me encanta em um livro: paixão, drama familiar, dúvidas profissionais, personagens misteriosos, e uma narrativa fluída e envolvente. Confesso que, como já era de se esperar , a obra beira o clichê e conta com pouquíssimas surpresas. Entretanto, é fato que a escrita da Anna Todd prende completamente o leitor, prendendo-o do início ao fim em sua alucinante história de amor. Não posso dizer que amei a leitura de After, mas também não nego que devorei o livro e que não consegui parar de lê-lo. Por isso, se tivesse que defini-lo em uma palavra – sem dúvida – usaria o termo enlouquecedor.


A história inicia com a chegada de Theresa na faculdade. Ela foi criada pela mãe com pulso firme, e como uma típica garota estudiosa e caseira, não vê a hora de aproveitar o máximo suas aulas e tarefas universitárias. Tessa usa roupas que não valorizam seu corpo, tem um namorado que mais parece seu irmão mais novo, nunca foi a uma festa, é irritantemente organizada, e prefere – quase sempre – a companhia dos seus livros. Ou seja, a jovem tem seus anos na faculdade meticulosamente controlados e planejados. Porém, o que ela não imaginou é que, graças a sua colega de quarto e seu grupo de amigos, ela levaria uma vida completamente diferente. Festas, bebidas, uma paixão avassaladora... Assim que Tessa conhece o mulherengo e imprevisível Hardin sua vida muda e ela se vê apaixonada por alguém que não quer nada sério, muito menos com uma mulher como ela. Clichê? Sim. Irritante? Demais. Chato de ler? Não, nenhum pouco. E esse é o charme do livro, ele está longe da perfeição, mas ainda assim possui algo que prende o leitor – pelo menos o tipo que gosta de literatura new adult.
Hardin é o anti-herói perfeito. Ele é bonito, misterioso, avesso a relacionamentos, mas possui momentos de entrega e sinceridade que ganham o coração dos leitores. Já Tessa é a típica mocinha certinha, ingênua, azucrinante, mas – em alguns momentos – decidida o suficiente para fazer o leitor torcer por ela. O resultado do envolvimento de Tessa e Hardin é um relacionamento que anda em círculos, que incomoda o leitor por ser imprevisível e imaturo, mas que tem um toque de paixão que aquece e dá esperança de um final feliz. Eu imaginava um desfecho completamente diferente e fui apunhalada pelo final da obra. Minhas reações foram diversas: primeiro quis jogar o livro na parede, depois duvidei da sanidade mental da autora, e por fim me controlei para não acabar com a raça do mocinho do livro. E o pior é que desde o início eu sabia que seria assim; que eu ficaria extremamente irritada com esse casal e que eles brincariam com meus sentimentos. Contudo, não nego que foi bom sentir essa mescla agridoce de emoções.

O que me incomodou durante a leitura foi a personalidade submissa da mocinha (eita menina que gosta de ser maltratada!), as mentiras do mocinho, as idas e vindas do casal, e a repetição constante de seus erros. É sempre a mesma coisa entre eles: paixão, frieza, mentiras, discussão, pisada na bola, perdão, momento fofo, paixão, frieza novamente, e assim por diante. Fiquei ainda mais irritada comigo por não conseguir parar de ler a história, por ansiar pelo final, e por esperar enlouquecida pelas continuações da série. Não tem explicação. A razão diz para eu não deixar me envolver, mas meu coração torce pela Tessa e pelo Hardin. Vai entender!

No geral o livro é irritante, previsível, conta com um final enlouquecedor, traz uma narrativa cativante, e apresenta um personagem masculino surpreendentemente apaixonante (ele é ruim, mas ainda assim não consigo deixar de gostar pelo menos um pouquinho dele). A trama é controversa, mas tem seus prós e contras como qualquer livro, por isso o indico para os leitores que gostam do gênero new adult e para os que não se incomodam com leituras sensuais.

segunda-feira, junho 15, 2015

Tipos de pessoa




Meu pai disse-me um dia: 
"- Filha... você terá três tipos de pessoa 
na sua vida: 

Um amigo, aquela pessoa que você terá 
sempre em grande estima, que sabe que 
poderá contar sempre; 
que bastará você insinuar que está 
precisando de ajuda e a ajuda está 
sendo dada; 

Um amante, aquela pessoa que faz o 
seu coração pulsar; que fará com que 
você flutue e nada importará quando 
vocês estiverem juntos; 

Uma paixão, aquela pessoa que você 
amará, desejará incondicionalmente, 
às vezes nem lhe importando se ela 
lhe quer ou não, 
e talvez ela nem fique sabendo disso. 

Mas, se você conseguir reunir essa 
três pessoas numa só 
- pode ter certeza, minha filha: 

- VOCÊ ENCONTROU A FELICIDADE." 

(ADRIANA HIGA)

terça-feira, junho 02, 2015

HOJE...


Hoje a nossa música tocou no som do carro. Hoje as nossas lembranças vieram me visitar. Hoje eu esbarrei com o seu perfume no elevador do prédio e, a cada esquina, eram os seus olhos que tentei encontrar. Hoje eu me lembrei de nós dois deitados na rede da varanda, e almocei sozinha no restaurante do nosso primeiro beijo. Hoje eu quis voltar no tempo, quis reviver a nossa história, quis gritar ao mundo que o nosso amor sobreviveu. Hoje eu precisei do seu sorriso, do seu abraço, do seu beijo, de nós dois. Hoje eu desejei o seu corpo, o seu carro embaçado no estacionamento do shopping, o nosso sexo na escada do prédio, aquela mordida na orelha fazendo o seu corpo estremecer. Hoje eu fechei os olhos e imaginei a nossa vida juntos, e tantas outras cenas que poderiam ter existido. Hoje mudei de rota para passar na porta da sua antiga casa, abri a nossa velha caixa e reli as nossas cartas, ouvi repetidas vezes aquela gravação do celular para matar a saudade da sua voz. Hoje eu me dilacerei remoendo o passado. Senti tudo de novo, chorei tudo de novo, assumi tudo aquilo que, muitas vezes, finjo não existir. 
[janeiro de 2006]

Conquistam só por conquistar. É uma grande constante atual: plantam sentimentos e não permanecem para colher. E nem venha alguém me ...