domingo, novembro 12, 2017




Conquistam só por conquistar.
É uma grande constante atual: plantam sentimentos e não permanecem para colher.
E nem venha alguém me dizer que ninguém é responsável pelos sentimentos e expectativas que cria: é sim! Quando você ilude, quando você promete o que não quer cumprir, quando você fala coisas da boca pra fora, coisas que você não sente, você está sim despertando em alguém sentimentos e sensações. Plantando, semeando, investindo.
Aí não ficam para colher, para cuidar, para viver o durante e o depois. Passam que nem furacões, devastam, bagunçam, tiram a paz, e somem. Fazem aquele carnaval em nós e nos deixam em uma constante quarta-feira de cinzas. É ressaca e sensação de "é só isso que você tem para me oferecer?" Quase sempre é. Não porque não podem, e sim, porque não querem. São rasos demais para os desafios do durante. Quando a coisa aperta, quando as responsabilidades brotam, olha lá mil quilômetros de distância. Uma bola de cristal ajudaria, se bem que está cada vez mais previsível.
É uma sedução desenfreada, apenas para seduzir. É uma conquista inconsequente, apenas para conquistar. Nos colocam na estante da vida e nos deixam lá, esquecidos e empoeirados. Cansei.

quinta-feira, outubro 12, 2017

Sobre Mim...




Descobri que não sou fácil, e que as vezes faço questão de ser insuportável. 
Tenho mania de deixar muitas partes de mim expostas demais e acabar me decepcionando comigo mesmo. Também tenho uma outra grande mania, espero sempre que pessoas gostem de mim, não somente porque eu também gostei daquela pessoa ou devido a alguma qualidade minha, mas sim, pelas falhas e erros que tenho. Percebi que só quem tem paciência para esperar pelo melhor, consegue receber.
Aprendi também, que quem se entrega rápido demais, perde rápido demais, ou tem mais facilidade de perder no dia seguinte. 
Mas acho que é isso, sou muito orgulhosa e, sempre espero demais. Não, não é mérito nenhum pra mim. Sim, quero que gostem de mim, mas não somente pelos sorrisos que dou. Quero me gostem de mim pelos inúmeros defeitos que eu sei que tenho. 
Quero que mesmo com todo o meu jeito, eu possa chegar no final de tudo, e ouvir de alguém que mesmo com todos os riscos e braçadas dadas no meu mar e lado mais obscuro, valeu a pena estar ou ter ficado comigo. Não preciso viver tudo, só quero viver...
Quero no final de tudo, ouvir de alguém que também é doce e bem bonita a vista da vida do lado de cá.

segunda-feira, setembro 19, 2016

Ser alguém na vida...

Outro dia uma garota que trabalha comigo perguntou minha idade e se eu me sentia realizada na vida e isso me fez pensar ainda mais sobre essa cultura de que a gente tem que conquistar as coisas cada vez mais cedo. Eu tinha esse pensamento até pouco tempo atrás, e posso falar, acho isso uma crueldade! Acho que essa pressão de ser alguém na vida!" só ajuda a gente a ser infeliz com a nossa vida e ficar cada vez mais frustrado. Hoje a gente vive com a sensação de que se a vida não está resolvida aos 30 anos, pronto, fracassamos. Se não estamos no cargo sonhado, se não temos casa, carro e casamento (ideais que eu passei a questionar loucamente), somos todos perdedores.

Vou fazer 33 anos no fim desse ano e sim, eu sinto que não fiz nada de excepcional, algo de que eu possa realmente me orgulhar na vida. Sinto que ainda não fiz nada de relevante, que não cheguei a lugar algum que me faça orgulhosa de mim mesma. Aliás, tenho minha filha, e me orgulho muito dela. Mas fico com muito medo de não ser capaz de fazê-la crescer e se tornar algo além de uma promessa, como as várias que me fiz ao longo dos meus 33 anos, constantemente questiono se estou no caminho certo e tenho medo, medo de me sentir um fracasso.
Aos 17 anos eu tinha planos, tinha a vida traçada com sucesso em todos os aspectos, e hoje... bom, hoje eu deixei de fazer planos, vivo o hoje, tento dar o melhor de mim no meu emprego, que não é o mesmo que eu planejei a 15 anos atrás... Minha vida tomou rumos inesperados, diferentes dos traçados lá atrás, mas não me arrependo de nada, cada decisão tomada serviu pra formar meu caráter e se hoje eu não tenho a vida perfeita dos planos passados em contrapartida eu tenho uma vida feliz!

terça-feira, agosto 02, 2016

A soma das nossas escolhas


      "Só nos tornamos adultos quando perdemos o medo de errar. Não somos apenas a soma das nossas escolhas, mas também das nossas renúncias. Crescer é tomar decisões e depois conviver em paz com a dúvida. Adolescentes prorrogam suas escolhas porque querem ter certeza absoluta – errar lhes parece a morte. Adultos sabem que nunca terão certeza absoluta de nada, e sabem também que só a morte física é definitiva. Já 'morreram' diante de fracassos e frustrações, e voltaram pra vida. Ao entender que é normal morrer várias vezes numa única existência, perdemos o medo – e finalmente crescemos." 



(Martha Medeiros)

segunda-feira, outubro 19, 2015

After - Anna Todd



After tem tudo o que me encanta em um livro: paixão, drama familiar, dúvidas profissionais, personagens misteriosos, e uma narrativa fluída e envolvente. Confesso que, como já era de se esperar , a obra beira o clichê e conta com pouquíssimas surpresas. Entretanto, é fato que a escrita da Anna Todd prende completamente o leitor, prendendo-o do início ao fim em sua alucinante história de amor. Não posso dizer que amei a leitura de After, mas também não nego que devorei o livro e que não consegui parar de lê-lo. Por isso, se tivesse que defini-lo em uma palavra – sem dúvida – usaria o termo enlouquecedor.


A história inicia com a chegada de Theresa na faculdade. Ela foi criada pela mãe com pulso firme, e como uma típica garota estudiosa e caseira, não vê a hora de aproveitar o máximo suas aulas e tarefas universitárias. Tessa usa roupas que não valorizam seu corpo, tem um namorado que mais parece seu irmão mais novo, nunca foi a uma festa, é irritantemente organizada, e prefere – quase sempre – a companhia dos seus livros. Ou seja, a jovem tem seus anos na faculdade meticulosamente controlados e planejados. Porém, o que ela não imaginou é que, graças a sua colega de quarto e seu grupo de amigos, ela levaria uma vida completamente diferente. Festas, bebidas, uma paixão avassaladora... Assim que Tessa conhece o mulherengo e imprevisível Hardin sua vida muda e ela se vê apaixonada por alguém que não quer nada sério, muito menos com uma mulher como ela. Clichê? Sim. Irritante? Demais. Chato de ler? Não, nenhum pouco. E esse é o charme do livro, ele está longe da perfeição, mas ainda assim possui algo que prende o leitor – pelo menos o tipo que gosta de literatura new adult.
Hardin é o anti-herói perfeito. Ele é bonito, misterioso, avesso a relacionamentos, mas possui momentos de entrega e sinceridade que ganham o coração dos leitores. Já Tessa é a típica mocinha certinha, ingênua, azucrinante, mas – em alguns momentos – decidida o suficiente para fazer o leitor torcer por ela. O resultado do envolvimento de Tessa e Hardin é um relacionamento que anda em círculos, que incomoda o leitor por ser imprevisível e imaturo, mas que tem um toque de paixão que aquece e dá esperança de um final feliz. Eu imaginava um desfecho completamente diferente e fui apunhalada pelo final da obra. Minhas reações foram diversas: primeiro quis jogar o livro na parede, depois duvidei da sanidade mental da autora, e por fim me controlei para não acabar com a raça do mocinho do livro. E o pior é que desde o início eu sabia que seria assim; que eu ficaria extremamente irritada com esse casal e que eles brincariam com meus sentimentos. Contudo, não nego que foi bom sentir essa mescla agridoce de emoções.

O que me incomodou durante a leitura foi a personalidade submissa da mocinha (eita menina que gosta de ser maltratada!), as mentiras do mocinho, as idas e vindas do casal, e a repetição constante de seus erros. É sempre a mesma coisa entre eles: paixão, frieza, mentiras, discussão, pisada na bola, perdão, momento fofo, paixão, frieza novamente, e assim por diante. Fiquei ainda mais irritada comigo por não conseguir parar de ler a história, por ansiar pelo final, e por esperar enlouquecida pelas continuações da série. Não tem explicação. A razão diz para eu não deixar me envolver, mas meu coração torce pela Tessa e pelo Hardin. Vai entender!

No geral o livro é irritante, previsível, conta com um final enlouquecedor, traz uma narrativa cativante, e apresenta um personagem masculino surpreendentemente apaixonante (ele é ruim, mas ainda assim não consigo deixar de gostar pelo menos um pouquinho dele). A trama é controversa, mas tem seus prós e contras como qualquer livro, por isso o indico para os leitores que gostam do gênero new adult e para os que não se incomodam com leituras sensuais.

segunda-feira, junho 15, 2015

Tipos de pessoa




Meu pai disse-me um dia: 
"- Filha... você terá três tipos de pessoa 
na sua vida: 

Um amigo, aquela pessoa que você terá 
sempre em grande estima, que sabe que 
poderá contar sempre; 
que bastará você insinuar que está 
precisando de ajuda e a ajuda está 
sendo dada; 

Um amante, aquela pessoa que faz o 
seu coração pulsar; que fará com que 
você flutue e nada importará quando 
vocês estiverem juntos; 

Uma paixão, aquela pessoa que você 
amará, desejará incondicionalmente, 
às vezes nem lhe importando se ela 
lhe quer ou não, 
e talvez ela nem fique sabendo disso. 

Mas, se você conseguir reunir essa 
três pessoas numa só 
- pode ter certeza, minha filha: 

- VOCÊ ENCONTROU A FELICIDADE." 

(ADRIANA HIGA)

terça-feira, junho 02, 2015

HOJE...


Hoje a nossa música tocou no som do carro. Hoje as nossas lembranças vieram me visitar. Hoje eu esbarrei com o seu perfume no elevador do prédio e, a cada esquina, eram os seus olhos que tentei encontrar. Hoje eu me lembrei de nós dois deitados na rede da varanda, e almocei sozinha no restaurante do nosso primeiro beijo. Hoje eu quis voltar no tempo, quis reviver a nossa história, quis gritar ao mundo que o nosso amor sobreviveu. Hoje eu precisei do seu sorriso, do seu abraço, do seu beijo, de nós dois. Hoje eu desejei o seu corpo, o seu carro embaçado no estacionamento do shopping, o nosso sexo na escada do prédio, aquela mordida na orelha fazendo o seu corpo estremecer. Hoje eu fechei os olhos e imaginei a nossa vida juntos, e tantas outras cenas que poderiam ter existido. Hoje mudei de rota para passar na porta da sua antiga casa, abri a nossa velha caixa e reli as nossas cartas, ouvi repetidas vezes aquela gravação do celular para matar a saudade da sua voz. Hoje eu me dilacerei remoendo o passado. Senti tudo de novo, chorei tudo de novo, assumi tudo aquilo que, muitas vezes, finjo não existir. 
[janeiro de 2006]

Conquistam só por conquistar. É uma grande constante atual: plantam sentimentos e não permanecem para colher. E nem venha alguém me ...